Caminho Central
Roncão < > Grândola
Etapa 9
Nesta vila imortalizada pelo poeta e cantor Zeca Afonso na música Grândola Vila Morena, que serviu de hino simbólico durante a revolução de 25 de Abril de 1974, podemos ainda visitar a igreja matriz, mas, se o tempo estiver de feição, bom mesmo será aproveitar e dar um salto até à costa atlântica, para um refrescante mergulho, um pôr-do-sol fantástico e um belo repasto de peixe fresco.
Caso contrário, também não ficará mal servido com a oferta gastronómica na vila, cuja doçaria regional inclui o Bolo das Rosas e as Alcomonias. Umas delícias! No fim de agosto, a vila é palco da grande Feira de Agosto, a maior feira do Alentejo Litoral, com artesanato, tasquinhas e um festival dedicado ao hipismo. Na alçada do prédio do Posto do Turismo, uma escultura relembra D. Jorge de Lancastre, príncipe do reino e Mestre da Ordem de Santiago, que atribuiu foral a Grândola no século XVI, com um brasão que, além da cruz espatária da Ordem, ostenta o javali que está na origem da lenda da formação do nome da vila, que originalmente terá sido “Grandolha”.
A vila oferece ainda aos visitantes a igreja matriz, construída nas primeiras décadas do século XVI, depois de uma visita feita à vila por D. Jorge de Lencastre, ao tempo mestre e visitador da Ordem de Santiago. Enriquecida no período barroco com retábulos de talha dourada de assinalável qualidade, no interior, sobre o arco triunfal, exibe-se a cruz da Ordem de Santiago.
Em 1513, o mesmo D. Jorge de Lencastre, mestre da Ordem de Santiago, visitou a igreja de Santa Margarida da Serra, que encontrou muito danificada. O templo que hoje se conhece é resultado de uma grande reforma consumada no século XVII, que privilegiou uma lógica austera e simples. O seu alpendre albergou certamente alguns viajantes em trânsito pela serra de Grândola. No interior, a face principal do púlpito foi decorada com a cruz da Ordem de Santiago.
Chafariz de Santa Margarida da Serra
Construído em 1843, conforme indica inscrição no frontão, este chafariz foi um ponto de apoio essencial aos viajantes que se deslocavam entre Grândola e Santiago do Cacém, pela serra de Grândola.
Construído no século XVIII, o edifício dos antigos Paços do Concelho de Grândola é um típico equipamento civil autárquico daquele período, composto por dois andares a que se associava uma torre sineira: no piso inferior, funcionavam duas cadeias, enquanto no superior estavam as salas para reunião do concelho e tribunal. Desativado no século XX, serve hoje outros fins, mas mantém-se como peça patrimonial de maior relevância autárquica na vila, que tem, como não podia deixar de ser, a sua Praça da Liberdade.
Inaugurada a 25 de abril de 2012, ilustra a importância de Grândola para a Revolução de 25 de Abril de 1974, que pôs fim ao regime autoritário do Estado Novo e abriu caminho ao fim da guerra colonial e à instauração de um período de transição para um regime democrático. Na praça ergue-se um memorial da autoria do artista plástico Bartolomeu Cid dos Santos que integra um pavimento em forma de cravo. No memorial estão também inscritos os versos da canção Grândola Vila Morena, da autoria de Zeca Afonso e que cedo se tornou um dos hinos da Revolução e do período seguinte.
Barragem do Pego da Moura
Reconhecida nos inícios do sécuBarragem do Pego da Moura
Reconhecida nos inícios do século xx como barragem romana, deve ter sido construída em duas fases, entre os séculos I e III d. C. O muro de contenção tem cerca de 40 metros de comprimento, por quase 3 metros de largura, o que permitiu definir uma barragem com capacidade para mais de 2 km.
e também…
Feira de Agosto − Agosto
Corrida da Liberdade − Abril
Festas em Honra da Nossa Senhora da Penha − Maio
Memorial ao 25 de Abril
Constituído por uma parede elíptica, no círculo central está pintado um grande cravo azul, cujo caule vai até à base do monumento, como se rompesse da terra. Na parte inferior do círculo, encontra-se um rectângulo com os nomes de muitos dos Capitães de Abril que participaram na Revolução, enquanto nas paredes dos lados se pode ver a partitura e a letra da canção Grândola, Vila Morena.
Fugimos à estrada nacional N120, procurando, pela direita, uma passagem sob a via rápida IC33, numa rua lateral que nos vai levar até à aldeia de Cruz de João Mendes. Passamos pelo centro da aldeia e procuramos a saída pelo largo estradão de macadame da Rua da Eira, que acompanha a obra inacabada de uma autoestrada. Deste estradão, saímos 2,5 km depois, desviando à esquerda por dentro de um túnel em betão ali abandonado, infiltrando-nos pelo coração da serra de Grândola adentro.
Caminhamos isolados em plena natureza, entre a vegetação que se adensa e onde o sobreiro domina, apesar de se tornar evidente o verdadeiro genocídio que está a atingir esta árvore emblemática. Com atenção redobrada à sinalização, para não nos perdermos, acabamos por chegar a um monte que, mais à frente, no cruzamento com o estradão, é identificado por uma tabuleta como sendo o de Corte Esporão. Seguimos para a esquerda, pelo estradão, até encontrarmos a estrada N120, que aqui nos “apanha” de novo. Várias tabuletas indicam as direcções de percursos pedestres e do GR11-E9, mas é a oficina do artesão serralheiro Frank Peters, mesmo em frente, que nos atrai a atenção.
Com a mochila mais pesada de algumas peças em ferro, reentramos na N120 por breves instantes até à entrada da aldeia de Santa Maria da Serra. Procuramos almoço e, para “desmoer”, visitamos a aldeia, começando pela Casa Museu Manuel Chainho e, de seguida, a igreja de Santa Margarida da Serra, alvo de renovações no século XX, mas que já em 1513 se dizia que “estava muito danificada e em tal maneira não se devia dizer missa nela”. Ao lado da igreja, subimos a escadaria do miradouro, que nos oferece uma magnífica vista sobre a aldeia e a serra.
Ao lado do café Triunfo, seguimos pelo estradão que dá acesso a várias quintas e a um turismo rural ao km 2, mas é outro quilómetro adiante, mesmo em frente a um monte habitado, que temos de tomar atenção para infletir para a direita, descendo uma vereda inclinada, com mau piso, pelo meio de densa vegetação, acompanhando o vale formado pela linha de água.
Estamos de novo embrenhados no bucólico cenário da serra de Grândola e, depois de muitas curvas e contracurvas, chegamos ao Santuário de Nossa Senhora da Penha de França, no topo de uma elevação. Rejeitamos a estrada que ali acede e descemos pelo trilho, à esquerda, que nos leva ao vale da ribeira de Grândola, que acompanhamos até que a N120 nos barra a passagem. Subimos a passagem pedonal aérea para vencer a IC1 e entramos em Grândola, primeiro pela Rua das Pontes e depois pela Rua Vasco da Gama, até à praça onde está o Posto de Turismo.
Dicas
Leve sempre água, mantimentos,protetor solar, chapéu, impermeável, calçado confortável e um mapa.
Onde Dormir
Herdade das Barradas da Serra
Hotel D. Jorge de Lencastre
Apoio
Loja CTT
Banco/ATM
Posto de Turismo + 351 269 750 429
Entidades Municipais
Câmara Municipal
+351 269 750 429
Saúde
Centro de Saúde de Grândola
+351 269 450 200
Farmácia
Pontos de Interesse
Ermida de Nossa Senhora da Penha: Em 15 de Maio de 1664 foi autorizada pela Ordem de Santiago a construção desta Ermida, o que deve ter acontecido nos anos imediatos.
Igreja Matriz de Grândola: A construção da igreja matriz de Grândola é anterior ao século XVI. A uma campanha de obras patrocinada ou imposta pela Ordem de Santiago nas primeiras décadas de Quinhentos, sucedeu uma outra, em meados do mesmo século, directamente impulsionada por D. Jorge de Lencastre, mestre da referida Ordem.
Igreja São Sebastiao (Museu de Arte Sacra): Instalado na igreja de São Sebastião apresenta a sua coleção permanente, formada por fundos de pintura, escultura e artes decorativas.
Núcleo Museológico da Igreja de São Pedro e Reservas: O Núcleo Museológico de São Pedro encontra-se instalado na antiga igreja com o mesmo nome, um edifício religioso mandado construir nos finais do século XVI, com o consentimento da Ordem de Santiago.
Praça D. Jorge: O edifício dos antigos Paços do Concelho e Cadeia, que se presume datar do século XVII, foi palco de inúmeros acontecimentos relacionados com os ideais republicanos pois, desde 1870, à frente dos destinos da municipalidade encontrava-se o propagandista do republicanismo Dr. Jacinto Nunes e em 1882 era a única câmara no país assumidamente republicana.
Casa Frayões Metello: Edifício da primeira metade do século XVIII, localizado na Rua Vaz Pontes, é considerado uma das mais importantes casas nobres da vila de Grândola.
Monumento à Liberdade:Este monumento está integrado numa plataforma ao qual se tem acesso através de uma escadaria de degraus baixos e largos. Constituído por uma parede elíptica, que no centro é intersectada por uma área circular, na face principal o conjunto é forrado a azulejos pintados a azul. No círculo central está pintado um grande cravo azul cujo caule vai até à base do monumento, como se rompesse da terra.
Barragem Pego da Moura: A Barragem Romana do Pego da Moura ou Barragem do Pego da Mina é uma barragem romana, localizada na freguesia de Grândola, concelho de Grândola, distrito de Setúbal, declarada Imóvel de interesse público. Monumento hidráulico, cuja estrutura se identifica com a fábrica romana, pelo estudo da alvenaria a descoberto.
Eco-Parque Montinho da Ribeira:Localizado nas imediações da Vila, junto à Ribeira e Serra de Grândola um agradável parque ideal para piqueniques ou tempo de lazer, equipado com uma estação de alongamentos para a prática de exercício físico.
CONTACTOS ÚTEIS
Emergência: 112
Incêndios Florestais: 117
Bombeiros Mistos de Grândola:+351 269 498 450
Guarda Nacional Republicana: +351 269 242 600
CÓDIGO DE CONDUTA
Não saia do percurso marcado e sinalizado. Não se aproxime de precipícios. Preste atenção às marcações. Não deite lixo orgânico ou inorgânico durante o percurso, leve um saco para esse efeito. Se vir lixo, recolha-o, ajude-nos a manter os Caminhos limpos. Cuidado com o gado, não incomode os animais. Deixe a Natureza intacta. Não recolha plantas, animais ou rochas. Evite fazer ruído. Respeite a propriedade privada, feche portões e cancelas. Não faça lume e tenha cuidado com os cigarros. Não vandalize a sinalização dos Caminhos.