Caminho Central - Via Tejo

Azambuja < > Santarém

Etapa 2 - Via Tejo

Em Santarém, cidade com grande relevância para a Ordem de Santiago, conheça a Igreja de Marvila, construída pelos templários em 1147, com as rendas oferecidas pelo Bispo de Lisboa. Enriquecida no século XVII por D. Manuel, as paredes são uma prova da arte decorativa com painéis azulares. Observe também a riqueza simbólico-cultural, a esfera armilar, a cruz de Cristo, as flores de lis e as armas heráldicas.

A caminho do topo da colina, entre na cidadela protegida pela Muralha pela Porta de Santiago, usada por milhares de peregrinos e observe o brasão de armas fernandinas de Portugal, que documenta as obras de reforço das muralhas da vila. Já no topo, visite a Igreja de Santa Maria da Alcáçova que, após a conquista de Santarém aos Mouros por D. Afonso Henriques, foi fundada em 1154 pelos cavaleiros templários, senhores do eclesiástico de Santarém.

Por fim, pare para visitar o museu na Torre do Relógio e descubra as 8 cabaças, associadas à lenda do rei. Por necessidade, a vila pediu ao rei uma Torre de Relógio. Durante a sua construção o rei, que já suspeitava que dinheiros públicos estariam a ser mal geridos, ficou muito desagradado aquando a sua visita. Assim diz-se que o rei mandou colocar 8 cabaças, para vergonha da vila, simbolizando a cabeça oca dos arquitetos da obra.

Cultura Avieira
Em meados do século xix, pescadores oriundos do Norte fugiam às rigorosas condições do mar e deslocavam-se para as zonas dos rios Tejo e Sado, fixando-se nas respetivas margens que lhes proporcionava peixe o ano inteiro. O particular modo de vida destas populações, as casas e os cais palafíticos, e as típicas embarcações, as bateiras, são testemunhos que ainda pode encontrar e visitar nesta parte do Caminho, primeiro na Aldeia Avieira do Porto da Palha, e mais a norte, a 1 km após a entrada de Reguengo, na Aldeia da Palhota.

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A saída de Azambuja faz-se, de novo, ultrapassando a incontornável barreira da linha de caminho-de-ferro. De imediato nos embrenhamos na imensidão da lezíria, seguindo 1,5 km pela estrada até chegar à Vala Real, onde nos desviamos à esquerda e acompanhamos o canal principal, e depois um canal secundário, à sua direita.

Se vier com tempo, no local anterior da saída da estrada siga antes o desvio para a direita pelos campos lavrados, e descubra este troço da Vala Real até à sua foz (cerca de 3,5 km), canal com uma extensão total de 26 km, construído a mando do Marquês de Pombal, no século XVIII. Junto à foz, não deixe de apreciar o encanto natural da flora e fauna envolvente e encontre o Palácio da Rainha. Embora se encontre em estado avançado de degradação, foi um marco no final do século XVIII, funcionando como entreposto e estalagem de apoio ao conjunto de barcos a vapor que circulavam no Tejo.

Voltamos ao ponto anterior e, terminado o canal secundário, atingimos de novo a estrada quase deserta, pela qual seguimos, por entre campos cultivados a perder de vista, até à aldeia do Reguengo.

Como curiosidade, sugerimos-lhe aqui um desvio de 1 km em direcção ao rio Tejo, até ao local da Palhota, onde existem registos importantes da denominada “Cultura Avieira”, candidata a Património Nacional (ver caixa).

Do Reguengo a Valada são 2 km sem história, mas aconselhamos uma paragem e recuperação de energias nesta pequena mas típica aldeia ribatejana.

Siga para a Rua da Cova da Onça, ao longo do dique pela margem do rio Tejo até ao Porto de Muge, uma antiga estância na época romana. Daqui, tem como opção fazer a via adicional com 2,5 km até Muge, e passar sobre a centenária ponte Rainha D. Amélia sobre o rio Tejo.

Antes de prosseguir até Santarém, confirme se tem todos os abastecimentos e água de que necessita, pois até ao final desta etapa não irá encontrar outros pontos de apoio. Entrando pela Rua do Sabugueiro, tem agora pela frente cerca de 10 km de caminho de terra batida, antes de alcançar a estrada alcatroada que passa sob um viaduto e ladeia o aeródromo, passando depois pela aldeia de Onias, já nas imediações da cidade. À sua esquerda terá agora de enfrentar a derradeira subida da Calçada da Junqueira que, em dias de calor, se revela um autêntico calvário! Talvez por isso, há quase 200 anos alguém quis amenizar o sofrimento dos peregrinos e mandou construir uma fonte a meio da árdua subida. A água estará imprópria para beber, mas os seus tanques refrescam-nos os pés doridos e a alma… Entramos finalmente em Santarém e dirigimo-nos ao Largo Cândido dos Reis. Frente ao shopping encontrará um painel interpretativo que assinala o local onde se separam os Caminhos de Santiago e de Fátima.

Dicas

Leve sempre água, mantimentos, protetor solar, chapéu, impermeável, calçado confortável e um mapa.

Apoio

 CTT

 Banco/ATM

 Posto de Turismo +351 243 304 437

Entidades Municipais

 Câmara Municipal de Santarém, Divisão de Turismo +351 243 304 258

Saúde

 Hospital Distrital de Santarém
+ 351 243 300 200

 Farmácia

Pontos de Interesse

 Igreja de Alcáçova: Sede religiosa do poder que a Ordem do Templo estabeleceu na cidade após a conquista de 1147, a igreja foi construída ao redor de 1154 e instituída como capela real por D. Afonso Henriques.

 Igreja da Misericórdia:A Igreja da Misericórdia é uma construção dos meados do século XVI (1559) e conta com a assinatura do arquitecto da casa real Miguel Arruda.

 Igreja de Santa Maria de Marvila: O edifício da Igreja de Nossa Senhora da Assunção de Marvila é uma reconstrução dos princípios do século XVI, levada a cabo pelo impulso do rei D. Manuel I, sobreposta na estrutura gótica preexistente. As linguagens do manuelino estão bem expressas em toda a igreja, sobretudo no portal da fachada.

 Ponte de Alcorce: Construída entre finais do século xiii e a primeira metade do século xiv, a ponte de Alcorce era a principal saída da cidade para norte, rumo a Tomar e a Coimbra, e cruza a Vala de Alcorce ou de Palhais, pequeno afluente do rio Tejo.

 Porta de São Tiago: Era a porta principal do castelo de Santarém, chamada por isso mesmo de “Porta da Alcáçova”, cuja primeira menção data de 1249. A atual designação deriva da invocação da igreja por onde passava a calçada que ligava o esporão do planalto à ribeira.

 Torre das Cabaças: A velha Torre do Relógio é um dos elementos arquitectónicos mais conhecido e emblemático de Santarém, tendo sido, em tempos, a Torre do Relógio do Senado da Câmara.

 Jardim Miradouro Portas do Sol: Ocupa a primitiva área muralhada de Santarém (cidadela ou Alcáçova), tendo a atual função resultado do projeto de João Fagundo da Silva (1882), concluído em 1936. Hoje varanda panorâmica sobre o Tejo e a extensa Lezíria, é a sala de visitas e um dos espaços mais concorridos da cidade.

 Igreja Matriz de Vale Figueira

 Catedral de Santarém

 Museu Diocesano de Santarém

 Fonte da Junqueira

CONTACTOS ÚTEIS

Emergência: 112
Incêndios Florestais: 117
Bombeiros Voluntários de Santarém: +351 243 377 900
Bombeiros Municipais de Santarém: +351 243 333 122
GNR − Posto Territorial de Santarém: +351 243 300 070
Polícia de Segurança Pública: +351 243 322 022

CÓDIGO DE CONDUTA

Não saia do percurso marcado e sinalizado. Não se aproxime de precipícios. Preste atenção às marcações. Não deite lixo orgânico ou inorgânico durante o percurso, leve um saco para esse efeito. Se vir lixo, recolha-o, ajude-nos a manter os Caminhos limpos. Cuidado com o gado, não incomode os animais. Deixe a Natureza intacta. Não recolha plantas, animais ou rochas. Evite fazer ruído. Respeite a propriedade privada, feche portões e cancelas. Não faça lume e tenha cuidado com os cigarros. Não vandalize a sinalização dos Caminhos.