Desfrute de todos os seus recantos ao ritmo da Natureza
Os Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo atravessam dois territórios muito distintos: diferem nos costumes e tradições, na forma de viver das gentes, na cor das paisagens, nas experiências que proporcionam. Mas, ainda que diferentes,
partilham de uma genuinidade e singularidade que os tornam únicos e que os diferenciam de todos os outros que ajudam a definir as fronteiras do país. Percorrer estes caminhos é desfrutar de todos os seus recantos ao ritmo da natureza.
O Dourado das Planícies
O Alentejo é terra a perder de vista, onde o dourado do sol se confunde com o das planícies sem fim, salpicadas de povoados com casas caiadas de branco. É terra de
calmaria, que marca também o passo das gentes, de autenticidade, de uma identidade regional que se preserva. Com valores naturais e paisagísticos inigualáveis, assenta numa ruralidade que confere às suas paisagens características únicas e singulares.
Conhecida outrora como o “celeiro” do país, é a maior região de Portugal, uma expressão espacial que não só marca as suas paisagens, mas define uma ancestral forma de viver.
E ancestrais são também os seus usos, transformados em tradições, que se saboreiam à mesa, se ouvem no Cante, se veem nos monumentos, na olaria, na tapeçaria, se celebram, nas festas e romarias. E que se podem levar para casa, em forma de produtos singulares: a riqueza das oliveiras transformada em azeites únicos, os bolos ricos que satisfazem a gula, o mel, o presunto…
O Verde das Lezírias
As planícies tornam-se lezíria no Ribatejo, com o verde a ocupar o espaço então dominado pelos dourados. Uma região a que
muitos ainda chamam “Beira do Tejo” ou “Borda d’Água”, por ter como vizinho o Tejo, rio que a cruza e entrecruza, tornando férteis as suas terras e servindo- -lhe de inspiração. Às lezírias juntam-se as charnecas, terras de arroz que o Tejo banha com maior intensidade, e os bairros, com os seus cereais cor de ouro. Os pastos são verdejantes, saciando a fome a rebanhos e servindo de palco às “danças” de manadas de toiros bravos e cavalos. Uma região com uma cultura marcada pelos trajes e pelas danças, como o fandango, que já se dançava no século xviii
por nobres e populares, nas festas e feiras, e que, no Ribatejo, se baila ao som de acordeões, pífaros, gaitas-de- -beiços, harmónios e clarinetes, tendo o campino como protagonista, com o seu colete vermelho e barrete verde. Do seu património fazem parte os azulejos, painéis de um colorido que esconde cinco séculos de história e embeleza exteriores e interiores; o pão saloio, o tomate e o arroz, ingredientes de uma gastronomia única, a arte da cestaria e o trabalho das madeiras para a tanoaria, que traduz a união entre Homem e Natureza.