Caminho Central

Golegã < > Tomar

Etapa 19

Golegã é uma vila do Caminho, não somente no sentido literal, mas sobretudo porque se notam um pouco por todo o lado os sinais associados à presença e passagem dos viajantes que rumam a Santiago de Compostela. Sendo uma vila mais pequena e pacata que Santarém, facilita a convivência entre as pessoas que chegam a ritmo contínuo, de diferentes nacionalidades e gerações, e aparecem os serviços direcionados para peregrinos. A isso acresce o ambiente rural e pitoresco, a simpatia das pessoas e, como não podia deixar de ser, a boa oferta gastronómica. Está-se bem na Golegã!

Integrada nas doações de D. Afonso Henriques à Ordem do Templo em 1169, a Quinta da Cardiga dispôs de comendador próprio a partir do século xiv, o que atesta a importância da localidade no quadro das possessões da Ordem de Cristo. A atual configuração do palácio data de uma profunda reforma mandada executar a partir de 1540 por Fr. António de Lisboa, que todavia preservou a torre de menagem do antigo castelo templário. As obras continuaram entre 1592 e 1617, no tempo de seu sobrinho, Fr. Pedro Moniz.

Quinta da Cardiga

Quinta da Cardiga

e também…

Festa Templária − Julho

Coleção Visitável − Museu dos Fósforos

No Convento de S. Francisco conserva-se uma coleção superior com 60 000 caixas, etiquetas e carteiras de fósforos, doada por Aquiles da Mota à Câmara, em 1980. A coleção nasceu com uma troca de caixas entre Mota Lima e uma senhora americana durante uma viagem marítima, quando se dirigiam a Londres para a cerimónia da coroação da Rainha Isabel II.

A etapa de hoje é de “fronteira”, isto é, liga a região do Ribatejo com a do Centro de Portugal, onde termina na cidade de Tomar, após cerca de 30 km de viagem. Desviando–nos da fronteira natural do Tejo em Vila Nova da Barquinha, quase tudo sofre uma mutação gradual, mas essa já é outra parte do Caminho…

Para sair da Golegã, atravessamos a vila ao longo da rua D. Afonso Henriques, seguida da rua Dr. Branco, com destino à periferia da cidade. Cruzamos a estrada nacional N243 e tomamos o caminho de areia em frente, até que este desemboca numa estreita estrada rural. Viramos à esquerda e temos pela frente alguns quilómetros planos ladeados de extensos milheirais e campos cultivados que aproveitam os férteis terrenos desta margem do rio Tejo.

Antes de chegarmos à Quinta da Cardiga, a pequena aldeia de São Caetano acolhe-nos com recantos que merecem a nossa breve passagem, incluindo um albergue para peregrinos e a Ermida de São Caetano. Doada à Ordem dos Templários por D. Afonso Henriques, posteriormente transitada para a posse da Ordem de Cristo, a histórica Quinta da Cardiga ainda hoje pertence ao imaginário da população e de quem a visita, com uma auréola de certo misticismo. É das propriedades mais impressionantes do país, infelizmente em avançado estado de degradação, mas ainda ali podemos vislumbrar os jardins e hortas, o palacete, a capela e o claustro, o celeiro e as cavalariças e até um antigo lagar.

Descobrimos também a Cruz de Cristo na fachada da casa principal e a torre do antigo castelo templário. Um dos postos de vigia da milícia da Ordem, este foi um local estratégico vital para os cavaleiros templários. Atravessamos a frondosa alameda que acompanha a fachada do palacete até a uma pequena ponte sobre um ribeiro poluído, onde termina o asfalto. Daqui em diante continuamos o Caminho para norte, até à aldeia de Pedregoso, ponto final do Caminho de Santiago Central no Alentejo e Ribatejo. A seguir, entramos já no concelho de Vila Nova da Barquinha e na região Centro de Portugal. Bom Caminho!

Dicas

Leve sempre água, mantimentos,protetor solar, chapéu, impermeável, calçado confortável e um mapa.

Apoio

 Posto de Turismo +351 249 329 823

Entidades Municipais

 Câmara Municipal de Tomar
+351 249 329 800

Saúde

 Centro Hospitalar do Médio Tejo, E.P.E
+351 249 320 100

 Farmácia

Pontos de Interesse

  Capela de Santa Iria:Revestida de um riquíssimo carácter simbólico, em virtude da lenda de Santa Iria, a edificação da capela remonta ao século XVI, durante o reinado de D. Manuel I.

Capela de São Gregório: Construída no início do século XVI pela Ordem de Cristo, é um pequeno santuário dedicado a S. Gregório de Nazianzo, um teólogo que provou a divindade de Jesus.

Capela de Nª Sª da Conceição: Pequena igreja basilical de três naves destinada a capela funerária de D. João III, o rei que ordenou a sua construção em 1547. Concebido por João de Castilho e concluído por Diogo Torralva, este belo exemplar do classicismo italiano é a melhor evocação da arte greco-romana na Península Ibérica.

Capela de São Lourenço: A Capela de São Lourenço foi edificada no início do século XVI, segundo a tradição, por Aires de Quental, feitor-mor de D. Manuel I.

Capela de Santo António: Edificada entre 1953 e 1955, a capela contempla um vasto conjunto de elementos arquitetónicos renascentistas do século XV. Estes foram recuperados da antiga Capela do Casal de Santo António, que se situava perto do Aqueduto dos Pegões e de um antigo prédio demolido na Praça da República. 

Igreja de Santa Maria do Olival: O Panteão dos Mestres Templários foi sede de nullius diocesis com jurisdição sobre as igrejas dos Descobrimentos. A interessante estrutura espacial de três naves serviu de modelo à igreja de São João Baptista e a outras igrejas do gótico final português

Igreja de Sâo João Baptista: Templo de estilo gótico tardio, construído por ordem de D. Manuel I sobre anterior ermida da mesma evocação. Foi concluído no início do século XVI.

Igreja da Nossa Senhora da Graça: A Igreja de Nossa Senhora da Graça, ou de Nossa Senhora da Cadeia, em Tomar é vulgarmente conhecida por Misericórdia. É uma construção maneirista edificada na segunda metade do século XVI.

Igreja e Convento de São Francisco: O Convento de São Francisco é um edifício maneirista construído em torno de dois claustros. Em meados do século XVII substituiu a capela de Nossa Senhora dos Anjos.

Coleçao Visitável – “Museu dos Fósforos”: Instalado no Convento de São Francisco desde 1989, o Museu dos Fósforos apresenta uma coleção superior a 60.000 caixas, etiquetas e carteiras de fósforos doadas por Aquiles da Mota à Câmara Municipal de Tomar em 1980.

Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto (Sinagoga): A Sinagoga de Tomar encontra-se situada na antiga judiaria, em pleno centro histórico da cidade. Este antigo local de culto, encerrado no final do século XV, alberga actualmente o Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto. 

Casa dos Cubos:Novo espaço cultural da cidade, situado nas margens do rio Nabão. O seu nome deriva das antigas medidas de capacidade, o alqueire e o almude, época, correntemente designados como “cubos”.

Aqueduto de Pegões Altos: O Aqueduto do Convento de Cristo, foi construído com a finalidade de abastecer de água o Convento de Cristo em Tomar a partir de 4 nascentes diferentes, e tem cerca 6 km de extensão, atravessando as freguesias de Carregueiros e a UF de São João Baptista e Santa Maria dos Olivais.

Estaus: Estaus é um edifício inacabado, formado por um conjunto de arcos, dois deles isolados, iniciado por ordem do Infante Henrique com o intuito de ser a sua habitação, no mesmo lugar onde se encontrava o velho bazar dos judeus, na cidade de Tomar, Portugal.

Levada de Tomar: Sob a designação de Levada de Tomar, identificamos um conjunto edificado com um relevante horizonte cronológico, desde o período medieval, passando pela época moderna, até à época contemporânea.

Anta do Vale da Laje: A Anta do Vale da Laje é o mais antigo monumento funerário megalítico a norte do Tejo. Recentemente, procedeu-se à limpeza e desmatação do espaço da anta, um monumento megalítico de grande importância uma vez que é o mais antigo conhecido a norte do rio Tejo.

CONTACTOS ÚTEIS

Emergência: 112
Incêndios Florestais: 117
Bombeiros Municipais de Tomar:+351 249 329 140
Guarda Nacional Republicana − Posto Territorial de Tomar: +351 249 320 060
Polícia de Segurança Pública de Tomar:+351 249 328 040
Proteção Civil de Tomar: +351 249 324 030

CÓDIGO DE CONDUTA

Não saia do percurso marcado e sinalizado. Não se aproxime de precipícios. Preste atenção às marcações. Não deite lixo orgânico ou inorgânico durante o percurso, leve um saco para esse efeito. Se vir lixo, recolha-o, ajude-nos a manter os Caminhos limpos. Cuidado com o gado, não incomode os animais. Deixe a Natureza intacta. Não recolha plantas, animais ou rochas. Evite fazer ruído. Respeite a propriedade privada, feche portões e cancelas. Não faça lume e tenha cuidado com os cigarros. Não vandalize a sinalização dos Caminhos.